segunda-feira, 27 de outubro de 2008

W.


Chega às telas dos cinemas portugueses, W., mais um filme de Oliver Stone. O autor de JFK e Nixon lança um filme que é uma espécie de biografia do 43º Presidente Norte-Americano e ao mesmo tempo uma sátira ao seu comportamento e modo de pensar.

O filme tenta mostrar como George W. Bush, um estudante bêbado de fraternidade, foi crescendo politicamente para tornar-se o presidente da maior potência do planeta. W. mostra um rapaz fanfarrão que sempre está à sombra de seu pai, George Bush. Bush pai é herói de guerra, graduado com louvor em Yale, bem sucedido no negócio de petróleo e está em ascensão na política.

Stone exagera em muitos clichés e caracterizações, o que faz do filme fraco para quem espera pensar criticamente a política recente norte-americana. Contudo, ao exagerar nas caracterizações, torna claro para todos, inclusive aqueles que não acompanham a política dos Estados Unidos, pontos do processo de moldagem do atual presidente.

Ainda em Yale, W. faz parte da famosa associação Skull and Bones que para muitos está na origem dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, nomeadamente a criação da CIA. Ponto abordado no filme The Good Shepherd. Posteriormente W. tenta carreira no ramo de petróleo e financeiro mas sem qualquer sucesso. Chega inclusive a entrar na tão seletiva turma de MBA em Havard, mas nada disso tira a sua imagem de perdedor sem rumo.

Ponto de destaque do filme é a preferência clara por parte de Bush pai pela carreira política de Jeb Bush, irmão de W. George W. vê-se sempre preterido e sempre em busca de atenção e principalmente aprovação de seu pai. Ao concorrer à presidência, Bush pai sem ter Jeb (ocupado com a Flórida), chama W. para gerenciar sua campanha e ao ganhar as eleições, W. finalmente ganha algum respeito paterno.

Depois de sua mal sucedida campanha ao Congresso, W. se candidata com sucesso ao governo do Texas. Realiza uma campanha sem erros crassos, algo muito esperado pelos Democratas, e consegue assim chegar ao seu primeiro cargo executivo.Outro ponto exagerado, até mesmo ridicularizado, é o envolvimento de W. com a igreja. Em diversos pontos do filme o rezar faz parte do término das reuniões.

Percebe-se também, o destaque dado à influência de Dick Cheney (Vice-Presidente) no processo decisivo presidencial. Powell (na époce Secretário de Estado) é retratado como alguém moderado e sensato no meio de falcões, tendo suas visões e posicionamentos sempre questionados.

W. é um filme que não deve se esperar muitas reflexões críticas, contudo, vale como forma de observar um pouco mais de perto a vida do atual presidente em exercício norte-americano e tentar entender como sua vida reflete em muito suas decisões.

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