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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A Flexão de Músculos Russa


Em meio à dificuldades para passar seu plano de ajuda económica no Congresso americano no plano interno, internacionalmente, o vácuo de liderança no plano internacional deixado pela administração Bush é aproveitado pela Rússia para recuperar (e aumentar) seu prestígio e influência no cenário internacional.

A última ação russa vem complicar ainda mais a vida de Obama internacionalmente. Em visita à Moscow, Kurmanbek Bakiev, Presidente do Quirguistão, anuncia o fechamento da base militar norte-americana no país, esta localizada em Manas, perto de Bishke. A base é única base norte-americana da Ásia Central e chave para operações da OTAN e dos EUAs e chave para operações no Afeganistão, que fica à uma hora de distância.





Tal acontecimento, isoladamente, já seria de grande relevância tendo em vista o entendimento do Presidente Obama, que quer mais tropas e mais envolvimento no Afeganistão. Contudo, somado a outros eventos recentes, demonstra uma flexão de músculos por parte dos russos.
É preciso lembrar por exemplo da recente guerra na Geórgia e o apoio russo a grupos separatistas da região, inclusive reconhecendo formalmente a independência das regiões da Ossétia do Sul e Abkhazia. Faz-se necessário, também, adicionar ao quadro a recente disputa russa com a Ucrânia relativamente ao preço do gás fornecido por Moscou. Fato que deixa a Europa no frio, uma vez que mais de um quarto do gás europeu (fundamental para aquecimento) é proveniente de Moscou, passando pela Ucrânia.

Aliado a isto, está a recente reunião com as antigas repúblicas soviéticas presidida pelo Kremilin em uma tentativa de recuperação do prestígio e influência sob estas, assim como um sinal claro para os norte-americanos de que esta ainda é uma área de influência de Moscou. Além disso, soma-se a ajuda russa ao projeto nuclear iraniano, assunto delicadíssimo para os EUAs, e a batalha para evitar a colocação de mísseis norte-americanos na Europa Central.

Em um cenário internacional onde a crise económica atual é a pauta da agenda, o Presidente Obama e sua Secretária de Estado Hillary Clinton, precisam rapidamente recuperar terreno caso desejem uma liderança efetiva dos EUAs. É preciso uma estratégia rápida e inteligente de engajamento russo na solução dos problemas internacionais. Um sinal do possível caminho a ser percorrido pelo Presidente Obama foi a recente ideia de propor à Rússia um plano de redução mútua do armamento nuclear. É de se observar.

Contudo, fica clara a grande perda de influência dos EUAs no cenário internacional na administração Bush. Fato que abre largo espaço para a ascensão de países emergentes. A Rússia, ressentida e nostálgica dos tempos de grande potência agradece.





















quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O Frio Inverno Europeu

Nessa época do ano são registradas temperaturas abaixo de zero na maioria dos países da Europa. Este frio pode ficar ainda mais gelado e o seu combate ainda mais caro com a recente iniciativa russa. Aquecedores começam inclusive a serem desligados em cidades como por exemplo Sarajevo, enquanto as temperaturas externas chegam a por exemplo nos -11º C.

A recente disputa entre Rússia e Ucrânia relativamente ao preço pago por esta pelo gás russo, afeta gravemente o suprimento de gás para a Europa. Ambos os países acusam um ao outro pelo corte do suprimento. E a diplomacia da União Européia, capitaneada por José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Européia, atua na busca de uma solução na disputa entre os dois países. Para Barroso, é necessário o envio de monitores externos para avaliar o fluxo de suprimento dos gaseodutos.







Para a Rússia, a Ucrânia deve pagar não somente o preço de mercado pelo produto, que gira em torno dos € 400, bem acima dos €179 pagos atualmente pela Ucrânia, mas também dividas passadas alegadas por Moscou, por pagamentos atrasados. A UE é especialmente afetada pela disputa, uma vez que 25% do gás importado pela Europa vem da Rússia, sendo a maioria passando pela Ucrânia. Em alguns países europeus, essa dependência sobe inclusive para os 100%.
A pergunta que fica é se isso não seria mais uma sinalização de uma política russa mais endurecida em relação à UE e à Ucrânia. É preciso ter em mente por exemplo recentes declarações de vontade ucraniana de ingresso na UE, um alinhamento cada vez maior da Ucrânia com a UE e EUAs, assim como a iniciativa de Bush em querer incluir a Ucrânia por exemplo na OTAN. Obviamente, fatos que desagradam e desagradaram bastante a diplomacia russa. Vale ficar de olho no desenrolar dessa disputa.