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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

“Change Has Come To America”


Após 21 meses, muitos debates, muita propaganda, muito dinheiro gasto, muito escrutínio por parte da mídia e muita atenção internacional, a esperança da mudança vence o medo da mesmice. Barack Hussein Obama II é eleito o 44º presidente dos Estados Unidos.

Obama quebra alguns paradigmas fundamentais da política norte-americana e do fazer política nos Estados Unidos. Primeiramente não aceita fundos privados para levar adiante sua campanha. Rejeita assim, o dinheiro das taxas dos contribuintes e baseia as finanças da sua campanha em pequenas doações, de cinco, dez, vinte dólares. Mudança essa que segundo especialistas é uma mudança que vem para ficar na política americana.

Outro alicerce da campanha é a mobilização de pessoas que votam pela primeira vez e principalmente uma enorme mobilização de jovens que querem ter suas vozes ouvidas e especialmente seus votos contados. Uma campanha muito bem articulada e mobilizada de forma diferente, utilizando a tecnologia a seu favor, nomeadamente a Internet e SMS.

O Partido Democrata ainda quebra outro paradigma da política norte-americana, a inserção feminina durante a corrida não somente como figuração mas com reais chances de ganhar a nominação partidária. Hilary Cllinton ao competir de igual para igual pela nomeação democrata quebra um muro no tocante a inserção das mulheres não somente na dimensão política, mas na esfera pública como um todo.

Contudo a eleição de Obama é acima de tudo uma vitória de um movimento que começa muito antes com a abolição da escravatura e posteriormente com a luta por direitos civis. Barack Obama é o primeiro negro eleito presidente dos Estados Unidos. Isso por si só, já é algo extraordinário em qualquer canto do país com uma história escravocrata, mas é especialmente invulgar nos Estados Unidos onde a questão racial é especialmente uma questão explosiva. Espera-se que não mais!

Barack Obama percebe o momento turbulento que a sociedade americana enfrenta, o tempo crítico que vivemos como sociedade internacional e principalmente a situação em xeque em que se encontra a liderança norte-americana no cenário internacional e desde o início baseia sua campanha em “Change” e “Yes we can”. Em seu discurso como vencedor, Obama percebe a dura realidade que enfrentará no dia 20 de Janeiro de 2009, quando tomará posse.

Obama percebe que um país lutando duas guerras e em profunda crise financeira, vive em um mundo em perigo onde os desafios devem ser enfrentados em conjunto e tem muitas alianças a reparar e principalmente a recuperar. Ainda em seu discurso, Obama insinua que sua política externa será baseada no “soft power” quando diz que “o farol americano ainda está acesso […] a força americana vem não da força das armas, não da riqueza das finanças, mas do poder de seus ideiais”.

Barack Obama entra na sala oval com elevado suporte tanto no Senado quanto no Congresso. O partido Democrata ganha 5 cadeiras no Senado tendo a maioria de 56 posições. No Congresso a vitória foi maior, ganhou 18 cadeiras e aumentando sua posição para 252 lugares. Contudo Obama pretende unir os dois partidos em agendas comuns ao invés de usar a sua maioria nas duas casas para implementar sua agenda.







As eleições norte-americanas mexeram com todos, americanos e não americanos. Todos estavam atentos no que ocorria nos Estados Unidos. Mais do que nunca, os Estados Unidos precisam de um presidente unificador e não polarizador, algo que W. Bush falhou terrivelmente. É tempo de mudança nos Estados Unidos e de esperança de mudança no mundo.

Obama possui agora uma pequena janela de oportunidade. Recebe um mundo ao seu lado, ansioso por uma liderança positiva em busca de uma maior justiça social no globo. Exatamente o mesmo sentimento internacional que W. Bush teve logo após o atentado de 11/9 e a queda das torres do WTC e atentado no Pentágono. Resta saber se Obama diferentemente de W. Bush, usará essa boa vontade global para com os norte-americanos e construirá alianças internacionais para que possamos chegar à uma maior justiça social internacional. Fica a esperança do nosso Botequim, “Yes we can!”.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cobertura das Eleições: Ohio, Pensilvânia e Illinois

Até o momento as projecções da emissora CNN apresentam uma grande vantagem ao candidato democrata Barack Obama no tocante aos votos eleitorais (para compreender melhor as eleições dos EUA, clique aqui). Os estados da Pensilvânia e Illinois apresentam uma vantagem de 31% e 9%, respectivamente, para o democrata. Entretanto, a maior conquista de Obama se encontra em Ohio, estado que tradicionalmente é republicano e, que segundo as projecções da CNN, apresenta uma vantagem de 12% para os democratas.



O resultado geral estimado até o momento pode ser visto nos gráficos abaixo, Obama com 194 dos votos eleitorais (lembrando que é preciso ter 270 votos eleitorais para ser presidente) contra 69 dos votos eleitorais para o candidato McCain.


Confira novas informações no botequim...

Na reta final... McCain ou Hussein?


Fonte: The New York Times



Há menos de doze horas para o resultado das eleições presidenciais norte-americana, o botequim traz uma excelente síntese da corrida a Casa Branca realizada pelo jornal New York Times (Clique AQUI para ver o vídeo). Deste a acirrada luta entre Hillary e Obama dentro do partido democrata, passando pela inclusão das personagens Sarah Palin e Joe Biden, e finalmente entre as trocas de acusações entre McCain e Obama nas mais diversas áreas (Joe, o canalizador; socialista; terrorista; entre outros). Tudo isso fez parte de uma das mais disputadas corridas à presidência da república dos Estados Unidos.

Para compreenderem melhor as dinâmicas das eleições e suas principais caracteristicas, CLIQUE AQUI para visualizar o vídeo interativo sobre o tema.


Apreciem sem moderação…



O botequim estará atento aos próximos acontecimentos das eleições… confiram!!!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Quinze Dias...

Mais um nome de peso declara seu voto ao Senador Democrata Barack Obama, o General e ex-Secretário de Estado Colin Powell (ver). O anúncio foi feito ontem em uma entrevista em um programa matinal Meet the Press quando Powell diz que seu partido tomou “ direções preocupantes nos últimos anos” quando “moveu-se mais à direita do que ele gostaria de ter visto" (ver). Powell disse que Obama, dos dois candidatos, além de possuir uma agenda mais inclusiva, é uma figura transformadora, além de representar uma mudança de geração necessária para os Estados Unidos no momento.

Relativamente à McCain, Powell criticou seu julgamento no tocante à crise financeira e à escolha da Governadora Palin como sua vice, alegando que a mesma não está preparada para ser presidente dos Estados Unidos, o trabalho do Vice-Presidente para Powell. Além dos pontos acima, Powell destacou a crescente campanha negativa realizada por McCain, chagando inclusive a ligar Obama à terroristas, assim como insinuar que alguém de fé islâmica não poderia ser presidente dos Estados Unidos.

Powell trás para Obama um forte endosso, uma vez que o mesmo além de ter sido general em uma das guerras de maior sucesso entre os americanos, a do Golfo (a primeira), ocupou cargos como Secretário de Defesa, Conselheiro de Segurança Nacional, assim como Secretário de Estado. Trás portanto o peso de um especialista nas questões nas quais Obama recebe mais críticas, a segurança e as relações externas. Powell afirma que sua decisão não foi repentina, mas sim resultado de um processo que vem moldando seu apoio nos úlitmos meses. Asssim sendo, os debates promovidos pela comissão eleitoral norte-americana certamente que teve algum peso nesta decisão. Deste modo, aqui no nosso botequim, trazemos em suma os pontos mais altos deste último debate.

Meet the Press - Powell endorses Obama


No passado dia 16 de Outubro – há 19 dias das eleições norte-americanas – se deu o último debate (de três) entre os candidatos presidenciais. Mais uma vez, e talvez aqui o mais acirrado encontro entre os dois, Obama e McCain discutiram suas propostas de política interna (redução de impostos, seguro de saúde, alternativas energéticas, etc.). Sabendo de sua efetiva desvantagem, McCain trouxe ao debate o personagem do momento: Joe, the plumer ! Ora, a proposta de Obama se baseia num corte imediato de impostos para aqueles que ganham menos de 250.000 U$/ano, ou seja, a grande maioria da população norte-americana (95%). Assim, Joe, que atualmente ganha mais do que isso, veria um aumento em suas obrigações para com o Estado. E foi justamente neste ponto que McCain baseou seu discurso. Em termos menos rigorosos, nas conversas de botequim, isso se chama “desespero agudo”. Apesar das frases “eu não sou o presidente Bush” e “se quisesse concorrer com Bush deveria ter se candidatado há 4 anos”, o senador republicano não conseguiu convencer o público de sua emancipação face seu antecessor: “it didn’t happen!” diz Mark Preston a CNN (ver). De fato, Obama manteve cauteloso, calmo, e menos agressivo durante todo o debate, exactamente o oposto de seu rival. Em suma, pesquisas mostraram mais uma vez a superioridade do candidato democrata neste terceiro debate. Segundo a rede televisiva CNN, 58% de seus telespectadores acreditam que Obama realizou um melhor debate, contra 31% dos votos para o candidato republicano McCain (ver).

Atualmente, o senador Obama possui uma vantagem de 5% sobre McCain, bem como 277 dos votos gerais (sendo necessário 270 para vencer), como mostram os gráficos abaixo.
















Estaremos então perante uma fase da política norte-americana onde um Hussein irá depor um Bush? Ainda restam duas semanas para as eleições que, na linha temporal da briga política entre republicanos e democratas, é uma eternidade. Mas entre uma e outra conversa de botequim, estaremos atentos aos próximos petiscos desse cardápio…



Apreciem!!!!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A mão grande e nada invisível do Estado.


(fonte: IHT.com)

Ontem foi realizada a maior intervenção governamental no sistema bancário norte-americano desde a Grande Depressão. Nove dos maiores bancos dos EUA tiveram que aceitar vender suas ações ao Tesouro como forma do governo injetar US$ 250 bilhões no sistema bancário, plano este que teve sua origem do outro lado do Atlântico, com Gordon Brown. Essa foi apenas mais uma das inúmeras medidas tomadas pelos Bancos Centrais ao redor do mundo para lidar com a crise financeira. Dentre essas medidas está o sem precedentes corte de taxa de juros coordenada pelos principais Bancos Centrais do mundo, incluindo o americano (FED), o europeu (European Central Bank), o inglês (Bank of England) e “por coincidência”, segundo os chineses, o banco chinês (Banco Popular da China), além do famoso pacote de socorro de US$ 700 bilhões nos EUA.
Do outro lado do Atlântico, Gordon Brown (PM britânico), desenha um plano de resgate injetando um montante que pode chegar aos £ 500 bilhões. Brown consegue convencer seus pares europeus e uma Europa poucas vezes tão coordenada, libera em seu mercado um valor que pode chegar aos € 2 trilhões somando todos os
27 Estados-Membros. Sarkozy anunciou um pacote de € 360 bilhões, enquanto Merkel anuncia um de € 500 bilhões enquanto Áustria e Espanha disponibilizam perto de € 100 bilhões cada. Para uma linha do tempo da crise ver Linha do Tempo.

Toda essa intervenção estatal na economia global leva à uma série de questionamentos. Primeiramente, pode levar à uma surpresa ao ver os EUA, grandes advogados do mercado livre e não interferência estatal nos assuntos econômicos, realizando algo dessa magnitude. Contudo, uma análise mais cuidadosa percebe que essa não é a primeira vez que o Tio Sam assume o controle de partes da economia. Outras perguntas podem surgir no tocante à gestão da economia global, será que estamos assistindo ao fim da ideologia do liberalismo/neo-liberalismo?! Quais seriam as estruturas econômicas globais necessárias para lidar com os problemas do século XXI em diante? Uma vez que as atuais são moldadas para lidar com um mundo saído da 2ª GM e congelar o status quo em favor dos vitoriosos. Perguntas difíceis de responder.
Contudo algumas reflexões podem ser tiradas. A primeira e mais óbvia é que a grande interdependência nos obriga a pensar em respostas cada vez mais concertadas ao abordar problemas cada vez mais compartilhados. A segunda é que fica cada vez mais claro que se fazem necessários novos mecanismos de regulação e governação global no tocante à economia. Novas soluções para novos problemas. O impacto disso nas correntes teóricas económicas e nos currículos universitários ainda está por vir e debater.
Nessa crise toda, duas pessoas claramente saíram ganhando. A primeira delas é Gordon Brown. O Primeiro-Ministro inglês vinha passando por grandes dificuldades na política interna inglesa e o seu plano ao ser corroborado por seus pares europeus, cruzar o Atlântico e tornar-se política global para lidar com a crise dá mais fôlego a ele e consequentemente ao seu partido. Outra pessoa que saiu ganhando nesta crise toda está menos falado. É o mega investidor Warren Buffet ao ver a sua fortuna aumentar em US$ 8 bilhões e assim superar Bill Gates como homem mais rico do mundo.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Obama vs McCain - 2nd Round 08-10-2008







Nesta madrugada (2:00 GMT) ocorreu o segundo debate entre os candidatos presidenciais norte-americanos Barack Obama e John McCain. Como esperado, uma acirrada disputa entre republicanos e democratas que passou não só pelo tradicional divórcio partidário, mas também pela clara diferença no tocante à propostas apresentadas por cada candidato...
O debate se deu em um formato de “town hall meeting” o que em princípio poderia ser a chance de McCain tentar reverter a sua posição no tocante ao número de delegados, uma vez que tal formato é o que o candidato tem melhor performado. Até o momento, Obama tem está na liderança nas pesquisas, tanto no número de delegados quanto na importância dos assuntos tratados por este: fundamentalmente a economia (58%).

Portanto, o contexto é este: o desafio de McCain é apresentar “suas” ideias, de forma clara descolando-se assim ao máximo do pesado legado de Bush, uma vez que a atual crise financeira, é vista como repercussão da má administração deste. Imagem que Obama faz de tudo para colar mas ainda em McCain. Assim sendo, e como pode-se imaginar, no botequim essa conversa seria regada à muitos petiscos e várias skols …

O que se pretende aqui é sumariar os principais pontos que distanciaram os candidatos, tomaremos assim os seguintes tópicos,

ENVIRONMENT

McCain: We can work on nuclear power plants. Build a whole bunch of them, create millions of new jobs. We have to have all of the above, alternative fuels, wind, tide, solar, natural gas, clean coal technology.

Obama: Our goal should be, in 10 year's time, we are free of dependence on Middle Eastern oil. And we can do it. Now, when JFK said we're going to the Moon in 10 years, nobody was sure how to do it, but we understood that, if the American people make a decision to do something, it gets done.


IRAQ

McCain: If we had done what Senator Obama wanted done in Iraq, and that was set a date for withdrawal... then we would have had a wider war... Senator Obama would have brought our troops home in defeat. I'll bring them home with victory and with honour.

Obama: When Senator McCain was cheerleading the president to go into Iraq, he suggested it was going to be quick and easy, we'd be greeted as liberators. That was the wrong judgment, and it's been costly to us.


RUSSIA

Moderator: Do you think that Russia under Vladimir Putin is an evil empire?

McCain: Maybe.

Obama: I think they've engaged in an evil behaviour and I think that it is important that we understand they're not the old Soviet Union, but they still have nationalist impulses that I think are very dangerous.



IRAN/ISRAEL

McCain: What would you do if you were the Israelis and the president of a country [referring to Iran] says that they are determined to wipe you off the map, calls your country a stinking corpse?... We can never allow a second Holocaust to take place.
Obama: We cannot allow Iran to get a nuclear weapon. It would be a game-changer in the region. Not only would it threaten Israel, our strongest ally in the region and one of our strongest allies in the world, but it would also create a possibility of nuclear weapons falling into the hands of terrorists.

(todas as citações foram retiradas do site BBC News)


Estes foram alguns dos tópicos mais acirrados entre os candidatos. Assim, no nosso botequim gostaríamos de comentar alguns pronunciamentos (não respeitando nenhuma ordem acima mencionada). Ficou a impressão, e pode-se ver isso nitidamente nas transcrições do debate, que o candidato democrata tem efectivamente um plano a desenvolver, é mais claro e organizado na maioria das respostas e, sempre respondendo as questões com um tom de confiança, ponto este que ficou mais do que claro inclusive com relação ao entendimento dos candidatos relativamente à Rússia Fato que era explorado por McCain ao dizer que Obama não tinha se pronunciado de maneira clara quando estourou o caso Geórgia. Por outro lado, peca em alguns momentos do debate, principalmente alusivamente à questões de politica externa. No caso paquistanês, no seu “we have to act” (referindo-se ao respeito da soberania paquistanesa) Obama volta as inúmeras vezes que esta frase foi invocada por G.W. Bush aquando tanto da invasão afegã, quanto da iraquiana. No botequim a guerra do Iraque é totalmente injustificada, não se é entendido a ligação entre guerra do Afeganistão (contra o terrorismo) e a invasão iraquiana (guerra democrática?), ponto que foi sublinhado por Obama, e bem pouco desenvolvido por McCain.
É interessante notar, embora com palavras distintas, ambos os partidos (e candidatos) suportam o Estado de Israel contra o desenvolvimento de armas nucleares iraniano.

No geral, e este é um sentimento partilhado com os dados apresentado pela rede de televisão CNN logo após o debate (clique aqui), acreditamos que, não só McCain não conseguiu seus objetivos de se emancipar das políticas de seus partido e colega G.W. Bush, como perdeu nas disputas de palavras em sua batalha com o Obama. Em suma, o democrata continua, segundo as pesquisas (ver), a manter sua relativa vantagem sobre o republicano.

Mas no nosso botequim você também tem voz, entre na nossa “sondagem” e dê SUA opinião.