A recente disputa entre Rússia e Ucrânia relativamente ao preço pago por esta pelo gás russo, afeta gravemente o suprimento de gás para a Europa. Ambos os países acusam um ao outro pelo corte do suprimento. E a diplomacia da União Européia, capitaneada por José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Européia, atua na busca de uma solução na disputa entre os dois países. Para Barroso, é necessário o envio de monitores externos para avaliar o fluxo de suprimento dos gaseodutos.
Para a Rússia, a Ucrânia deve pagar não somente o preço de mercado pelo produto, que gira em torno dos € 400, bem acima dos €179 pagos atualmente pela Ucrânia, mas também dividas passadas alegadas por Moscou, por pagamentos atrasados. A UE é especialmente afetada pela disputa, uma vez que 25% do gás importado pela Europa vem da Rússia, sendo a maioria passando pela Ucrânia. Em alguns países europeus, essa dependência sobe inclusive para os 100%.
A pergunta que fica é se isso não seria mais uma sinalização de uma política russa mais endurecida em relação à UE e à Ucrânia. É preciso ter em mente por exemplo recentes declarações de vontade ucraniana de ingresso na UE, um alinhamento cada vez maior da Ucrânia com a UE e EUAs, assim como a iniciativa de Bush em querer incluir a Ucrânia por exemplo na OTAN. Obviamente, fatos que desagradam e desagradaram bastante a diplomacia russa. Vale ficar de olho no desenrolar dessa disputa.